
Aos quarenta,
nasci, tardio.
Tenho pressa,
uma necessidade expressa
de escrever
para não morrer.
Talvez viva mais quarenta anos.
Talvez escreva quarenta livros.
Talvez viva outras quarentenas.
Difícil saber...
Por hora,
basta-me escrever,
pois viver exige deixar lastros,
legados e abandonar alguns
recatos existenciais.
Vou viver e, vivendo,
escrever cada passo,
tentando alinhar anseios
à tinta da pena que empunho
com tanto empenho.
Ler, escrever, viver...
