
Ao vento, relento
Uiva
o vento cortante
na fria escuridão da noite.
Sem qualquer dádiva,
Ao relento, só açoite
na pele, uma penitência.
Dolorosa existência!
Meninos sem teto
brincam para esquecer
a fome e se aquecer.
A vida sem afeto
é cortante,
mas mitigada
pelo instante
de felicidade,
na cidade
apagada.
(12.03.2020)
