Apesar do flagelo
Um Soneto da Quarentena
Estamos todos vivos, embora enclausurados
na redoma de uma dolorosa incerteza,
buscando sobreviver, apesar de flagelados,
aos monstros que nos deturpam toda a clareza.
Do longínquo oriente, um flagelo nos abraça
e com toda sua fúria nos joga no destempero
e nos devora a todos, como uma faminta traça
que se alimenta do nosso grito de desespero.
Apesar de nos impor este drástico isolamento
vamos, mesmo sem dar as mãos, nos fortalecendo
para suportar mais este impetuoso sofrimento.
Apesar de toda a confusão aparente,
vamos nos tornando cada vez mais unidos.
capazes de, como nação, viver plenamente.
(16.03.2020)

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