Arte em toda parte
para Carlos Giglio
e todos os heróicos
artistas populares.
O artista,
nos sinais, exibe
faceiro seu talento.
Não se inibe.
Não é comunista,
mas poderia ser,
afinal, ele é artista
e trabalha para sobreviver.
Tão pouco valorizado,
seu talento, no sinal,
por esse povo sem ética,
está sendo escravizado
pela estética
marginal.
A arte circense,
popular por excelência,
invadiu as nossas ruas,
pare e pense,
dando leveza às nossas
amarguras.
Pela sua sobrevivência,
um jovem artista
nos mostra com decência
a genuína experiência
de aculturação.
A arte é ignorada
pelos que não entendem,
nessa cidade desvairada,
o valor que a arte tem.
Um artista andarilho,
mesmo na solidão da rua,
tentando manter algum brilho
é agente que transforma.
Por isso, não destrua
esta arte que se forma
nas nossas esquinas,
nas encruzilhadas citadinas
É arte, minha gente.
É cultura da nossa gente.
(03.03.2020)
