borboremas
lendo meus esboços
há na consciência
borboremas
nunca visitadas, mas onde
despejamos pensamentos
fragmentos
poemas
não declamados
amores não revelados
dilemas
desencorajados.
sob tais rejeitos
vão se depositando
sedimentos
que vão apagando
miasmas
deformando
nossos fantasmas.
em tais borboremas
a consciência, teimosa
vai desenhando
tudo aquilo que ignoramos
moldando
de forma tão preguiçosa
aquilo que rejeitamos
tentando
entregar à queima
das memórias.
mas, não tem jeito
pois os anos vão se passando
no peito
os fantasmas
vão incomodando
alimentado
pelos miasmas
enterrados
no recôndito
das borboremas.
( por Giovani Miguez, em Mínima Poética )

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