Fróes e Cecim: dois poetas
Agradeço a Alberto Pucheu que, através de seu trabalho documental, ter me apresentado poetas tão potentes.
ritos poéticos
lendo Vicente Franz Cecim
eventualmente, o prazer
de viver escapa, cresce
fora.
daí, torna-se um desconhecido
estranho no ninho, bem
desinibido.
desesperados, em busca
de algo que nos reconecte à vida
versejamos.
a poesia torna-se, então
esse instrumento de religação −
uma religião.
nascemos de novo
em cada verso escrito
um rito.

Vicente Franz Cecim: autor, entre outros, Viagem a Andara.
montanhista
lendo Leonardo Fróes
se a montanha é íngreme
o montanhista, valente, se assanha
não treme
ao contrário, é possuído
por violenta sanha
um desejo imbuído.
vai subindo, ávido
desejando o cume do monte
ser reconhecido
não há nada, nada
que o amedronte
na escalada.
o desejo é seu norte
com coragem
enfrenta a sua sorte
mesmo a morte
iminente
daquela miragem.

Leonardo Fróes: autor, entre outros, de Sibilitz.
( por Giovani Miguez, em Mínima Poética )