Rodrigo Hallvys, poemas
Posso merecer você?
(2011)
Posso ser seu príncipe
Construindo castelos até o anoitecer
Posso ser o herói
Para, em cada queda, salvar você
Posso ser o lobo mau
Para melhor ouvir e poder te ver
Posso ser seu anjo
Para te dar a mão e sempre te proteger
Posso ser seu sonho
Fazer você voar e até te enaltecer
Posso ser a aliança
Simbolizar tudo que sinto por você
Posso ser o toque
Ficar em sua pele até você adormecer
Posso ser o lençol
Ficar grudado em ti até amanhecer
Posso ser mais que um amigo
Estando sempre perto a te compreender
Posso ser seu marido
Diga que me ama e farei sempre por merecer
Posso?
Antíteses Iguais
(1999)
A luz das sombras, escuridão bem clara
Os pés descalços, calçados sobre o solo
Penso no opaco, aparece um brilho
Tudo é normal, se vejo o esquisito
Se tem beleza, demonstra a feiura
A violência é parte da loucura
Distante venho, sugado pelo vento
No tempo paro, andando no milênio
O diferente se esconde no igual
Fingindo sempre ser o mais normal
Sem preconceito vejo colorido
No branco e preto a raça do amigo
Estou embaixo, olhando aqui do alto
Ganhar sem ver, olhando te perder
Choro um sorriso, o calmo do perigo
Gritar sem som, herói é um bandido
O cego enxerga a fala do ouvido
Tudo é igual na antítese zunido
Abelha anda, o peixe também voa
Na tua areia, eu corro a canoa
Minha ferida é muito minha amiga
Sem elogio, que tem me corrompido
Você não pensa, nem entende para crer
Concorda e pronto, é fácil te deter
Se paro andando, eu corro caminhando
Acordo e vejo os olhos cochilando
Nasci morrendo, estou contrariando
Contradizendo, o silêncio está cantando!
Piolho de peruca
(2012)
Filho de pulga com carrapato
Pedra mole, aguada no sapato
Macarrão cru no prato alagado
Sorte sorrindo no espelho quebrado
Plástico de papel todo enrugado
Sonha a escrita do lápis apagado
Chuta o balde de tinta, pintado
Feijão de parafuso enferrujado
Enche o peito do seu palavreado
Viaja nas palavras de tom acertado
Firme de um futuro todo passado
Pede por socorro aquele drogado
Julga o seu sexo sem nenhum pecado
Timidez do seu pensamento envenenado
Cuide de sua vida, seu desocupado
Tem um mondo todo desesperado
Mata a galinha, descobre que é pato
Pede por família, a criança no orfanato
Moral da história, um ego inflado
Piolho de peruca, está esfomeado
Pirâmides
(2013)
Aquelas riquezas acumuladas
Como se a vida fosse infinita
Não serão levadas ou mesmo enterradas
Para uma outra vida distinta
A disputa de quem tem mais
Em um sistema que, à posse, dá valor
Joga por terra a fraternidade
Gasta a vida pelos pertences, sem amor
Poderosos se acham monumento
Entre eles, cada um por si só
Isolados como topos das pirâmides
Apenas uma síndrome de Faraó
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Rodrigo Hallvys é graduado em ‘Teatro’, com Pós-graduação em ‘Arte e Produção Cultural no Brasil’. Está se especializando em ‘Gestão Cultural’. É proprietário da RH Soluções Artísticas, empresa que produz eventos de teatro, música e literatura, a qual é detentora das marcas registradas ‘As Sublimes’ e ‘Grupo Cênico Estudarte’. Publicou os livros ‘O dia D’, ‘Epitáfio do amor’ e ‘Tatos e digitais’.

Foto: Divulgação
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[ Regras ]
Os interessados deverão enviar os poemas para giovanimiguez@gmail.com seguindo as seguintes orientações:
1. enviar, em arquivo word com até três poemas, um conto ou uma crônica de no máximo uma pagina cada, fonte Arial 12, paragrafo 1,5.
2. no final dos uma biografia de até 5 linhas, informando o seu perfil no Instagram.
3. anexar ao e-mail uma foto sua na horizontal.
4. deve constar no assunto do e-mail informações no seguinte formato: "Umanisté blog - Submissão de texto autoral - Nome".
5. Você poderá enviar até dois textos em cada gênero, desde que estejam cada texto em arquivos separados.
Espero seu texto!