Um poema desenhado
para Marcel, Teo
Teu pedido, Teo,
pegou-me de surpresa.
Por que pediu-me um poema
se tua arte já é poesia em pigmentos?
Assim, resolvi arriscar,
um poema para ti desenhar.
Olhei para o céu
buscando inspiração,
mas foi o banco do papel
que tocou meu coração.
O poema veio, sem surpresa,
pois a poesia já habitava
aquele papel sobre a mesa
com sua beleza
Teu pedido, Teo,
manteve a poesia acesa.
Porque pediu-me um poema,
mas ofereço-te um dilema.
Assim, diante do papel,
nasce um poema só teu.
Não sei desenhar,
mas sinto um prazer danado
no ato desapegado
do meu verso tracejar.
Talvez teu desenhar,
seja um ato também arriscado,
um momento de contemplar
esse mundo já desenhado,
Assim, jovem artista,
pega teu pincel.
Não desista,
Marcel!

Desenho de Marcel, Teo.